terça-feira, 25 de março de 2014

Treinamento Aeróbico pode evitar a perda de força com o envelhecimento?


Sabe-se que após os 30 anos de idade, pessoas fisicamente inativas apresentam uma tendência a perda de massa muscular (sarcopenia). E esse declínio apresenta uma quebra acentuada entre 50 e 60 anos e, novamente, a partir dos 70 anos. Perde-se tanto no tamanho quanto em número de fibras musculares (a partir dos 50 anos, há uma perda em torno de 10% por década). A relação entre massa e força muscular é consensual na literatura há décadas e já é demonstrado que a manutenção dos níveis de força evitam quedas, fraturas, osteoporose e internações devido às complicações desses eventos.
O treinamento de força é capaz de aumentar a massa muscular ou evitar a atrofia em idosos, como mostra a figura, em tomografia computadorizada, o braço de três homens de 57 anos de idade: um sedentário (a), outro treinado em natação (b) e outro treinado em força (c); onde 1 é o osso, 2 os músculos e 3 a gordura subcutânea.



E aqui chego ao ponto do nosso post de hoje. Muitas pessoas colocam como desculpa para não treinarem em força o fato que realizam corrida para manter a força nos membros inferiores. Nesse sentido, vamos ver o estudo mais recente a respeito disso, publicado em fevereiro no Journal of Strength and Conditioning Research. Foi uma análise longitudinal em 4,8 anos de 59 homens e 35 mulheres com médias de 58 e 57 anos, respectivamente treinados em endurance.
A gordura corporal aumentou muito pouco (1-1,5%), o que demonstra que o treinamento aeróbico é capaz de evitar aumentos no tecido adiposo. Fato que merece nota é que o volume de treinamento diminuiu nesse período, demonstrando que muitas perdas de desempenho e pioras na composição corporal são ocasionadas também pelo decréscimo de atividade física.
Como esperado, a força na extensão e flexão de joelhos diminuíram em torno de 5% e 3,6% ao ano, respectivamente. Ou seja, indivíduos treinados em endurance continuam a perder força muscular com o envelhecimento. Um fator nesse estudo que chamou atenção foi o fato de não ter havido perda de massa muscular, mesmo com perda de força. Isso nos faz tirar algumas conclusões e deduções:
- O tempo de estudo foi insuficiente para as perdas de massa isenta de gordura se mostrarem significativos;
- Como a produção de força depende de outros fatores além da massa muscular, como fatores neurológicos (mobilização e sincronização de unidades motoras, frequência de disparo elétrico etc), a perda de força nesse estudo pode ser atribuída a prejuízos no sistema neurológico de produção de força.
- Como mostra o gráfico seguinte, há quebras abruptas no declínio de massa muscular entre 50-60 anos e a partir dos 70. A amostra desse estudo pode ainda não ter passado pela primeira quebra do gráfico.



 De qualquer maneira, mais um estudo recente demonstra que o treinamento aeróbico, embora importante para qualquer programa de treinamento visando saúde e qualidade de vida por seus inúmeros benefícios, não é capaz de prevenir atrofia e perda de força com o envelhecimento. O treino de força ainda se mostra a alternativa ideal para evitar a perda de força e massa muscular decorrentes da sarcopenia.

Referências

Frontera W.R., Meredith C.N., O´Reilly KP, Knuttgen W.G., Evans W.J. Strength conditioning in older men: Skeletal muscle hypertrophy and improved function. Journal of Applied Physiology, 1988, 64:1038-1044.

Marcell TJ, Hawkins SA, Wiswell RA. Leg strength declines with advancing age despite habitual endurance exercise in active older adults. J Strength Cond Res. 2014 Feb;28(2):504-13.

Wilmore JH, Costill DL. Fisiologia do Esporte e do Exercício, 2001. Editora Manole.  

quinta-feira, 20 de março de 2014

Crucifixo Invertido na máquina - vídeo com anotações

Olá, pessoal.
Segue o vídeo sobre crucifixo invertido (estilo HIT), um excelente exercício monoarticular para fechar o treino de costas/posterior de ombros.
Sugiro que vejam no youtube para visualizar as anotações.

Grupo muscular envolvido


Vídeo



terça-feira, 18 de março de 2014

Recentes achados sobre overtraining

Interessante estudo recentemente publicado em fevereiro demonstrou, bioquimicamente, alguns aspectos do overtraining ou síndrome do supratreinamento (veja texto 01, 02 e 03 sobre isso). Foram usados ratos, submetidos a treinos com carga excessiva e tempo de recuperação insuficiente. Como esperado, a massa muscular (medida pela área de secção transversa do músculo) diminuiu. O achado importante do estudo foram marcadores que podem ser utilizados para verificar se alguém está entrando em overtraining. Houve um aumento na proteína MAFbx catabólica e uma diminuição no fator miogênico e IGF-1. Isso nos mostra que podemos ter mais marcadores (além de testosterona e cortisol) para verificar com maior exatidão uma suspeita de overtraining, além de nos mostrar a magnitude de sua influência no padrão bioquímico do organismo.

Referência

Alves Souza RW, Aguiar AF, Vechetti-Júnior IJ, Piedade WP, Rocha Campos GE, Dal-Pai-Silva M. Resistance Training with excessive training load and insufficient recovery alters skeletal muscle mass-related protein expression. J Strength Cond Res. 2014 Feb 12. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Bolo proteico de laranja

Como de costume, prefiro sempre receitas fáceis e rápidas, sem deixar de serem saudáveis. Assim percebemos que não há desculpas para ter uma alimentação saudável e prática.
Esse bolo tem um ótimo sabor e pode ser levado para qualquer lugar e consumido como lanche.


💪 dissolver dois scoops de albumina em 300 mL de água.
💪 10 claras e 6 gemas
💪 duas xícaras de farinha de arroz ou preparo para bolo sem glúten e sem açúcar sabor baunilha ou laranja.
💪 2 laranjas com casca (as fibras da casca diminuem o índice glicêmico).
💪 3 colheres de chá de fermento em pó.
💪 coco ralado sem açúcar.
💪 2 colheres de sopa de chia.
💪 adoce à gosto (usei Stévia).

Acrescente os ingredientes líquidos primeiramente e bata no liquidificador. Vá acrescentando os sólidos e batendo, senão fica muito pesado para o motor batê-los todos de uma vez.

Coloque numa forma untada com óleo de coco e polvilhe coco ralado por cima.
Leve ao forno em temperatura baixa a média (180 a 220 graus).

Bom apetite!