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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Waxy Maze, Maltodextrina ou Dextrose?

Como abordei no post anterior, no período pós-treino é interessante a ingestão de carboidratos para a reposição de glicogênio muscular e hepático. No mercado de suplementos, por exemplo, há algumas opções que podem fazer as pessoas se confundirem ou não entenderem o porquê de seu nutricionista/nutrólogo ter escolhido determinada opção. Eis as opções:


Maltodextrina
É um carboidrato complexo, ou seja, possui absorção gradativa pelo organismo e não provoca um grande pico de insulina. Ela é extraída a partir da quebra enzimática de moléculas de amido de milho. Interessante tanto para pós-treino quando antes do treino, afim de manter o desempenho.

Dextrose
Ao contrário da maltodextrina, a dextrose é um carboidrato simples, de absorção rápida e provoca um pico de insulina maior. Como fornece energia de maneira rápida, é uma opção interessante pós-treino.

Waxy Maize
É um carboidrato de baixo índice glicêmico, extraído a partir do amido de milho ceroso (principal forma de armazenamento de carboidrato nos vegetais). Sua absorção é mais lenta e, portanto, provoca um pico de insulina mais baixo que a maltodextrina e a dextrose.

A prescrição de cada suplemento varia de acordo com seu índice glicêmico e seu impacto na glicemia. Vejamos o que os experimentos demonstram.

Roberts e colaboradores (2011) compararam os efeitos da ingestão de maltodextrina e waxy maize nas repostas metabólicas e hormonais após um jejum de 10 horas e 150 minutos de exercício em cicloergômetro a 70% VO2máx., completando o protocolo a 100% do VO2máx, A amostra era composta por 9 ciclistas treinados. Os participantes ingeriram 1g/Kg de waxy maize ou maltodextrina 30 minutos antes e 10 minutos após terem completado o protocolo. Como esperado, a glicemia aumentou mais no grupo que ingeriu maltodextrina. Os níveis de insulina foram menores no grupo que ingeriu waxy maize, assim como apresentaram uma mobilização maior de gordura após o exercício.
Em 1996, Jozsi e colaboradores também utilizaram ciclistas (oito). Eles foram submetidos a um protocolo de 60 minutos a 75% VO2máx, seguido de 6 sprints de 1 minuto a 125% VO2máx., com 1 minuto de intervalo. Doze horas após o protocolo, os indivíduos consumiram 3000 Kcal (65% de carboidrato). Todo carboidrato consumido foi nas seguintes formas: glicose, maltodextrina, waxy maze e amido resistente (100% amilose). Todos os grupos tiveram seus estoques de glicogênio aumentados após 24 horas, exceto o grupo que ingeriu amido resistente (ressaltando que o grupo que ingeriu glicose apresentou maior concentração de glicogênio muscular).

Sem nenhum protocolo de exercício, Gentile e colaboradores (2015) investigaram os efeitos no metabolismo da ingestão de waxy maze, waxy maze com whey protein, amido resistente e amido resistente com whey protein. O gasto energético pós-prandial não diferiu entre os grupos, porém no grupo que consumiu amido resistente com whey protein, a oxidação de gordura foi maior (isso demonstra o maior efeito térmico das proteínas, mas será assunto para outro post).
A partir desses estudos, podemos verificar que, quanto maior o índice glicêmico do carboidrato pós-treino, realmente a ressíntese de glicogênio vai ser maior. Porém, a taxa de oxidação de gordura pós-exercício vai ser menor. Então, vai depender do objetivo principal, se aumento de desempenho ou massa muscular, a tendência seria escolher uma dextrose. Caso o objetivo principal seja a perda de gordura, muito cuidado com alimentos com alto índice glicêmico, prefira os com menor IG. Vale lembrar que o consumo apenas de amido resistente pode prejudicar a ressíntese de glicogênio e, consequentemente, o desempenho nos treinos. Converse com seu nutricionista/nutrólogo e vejam qual a quantidade e escolha melhor para seu caso.

Referências:
Gentile CL, Ward E, Holst JJ, Astrup A, Ormsbee MJ, Connelly S, Arciero PJ. Resistant starch and protein intake enhances fat oxidation and feelings of fullness in lean and overweight/obese women. Nutr J. 2015 Oct 29;14(1):113. doi: 10.1186/s12937-015-0104-2.

Jozsi AC, Trappe TA, Starling RD, Goodpaster B, Trappe SW, Fink WJ, Costill DL. The influence of starch structure on glycogen resynthesis and subsequent cycling performance. Int J Sports Med. 1996 Jul;17(5):373-8.

Roberts MD, Lockwood C, Dalbo VJ, Volek J, Kerksick CM. Ingestion of a high-molecular-weight hydrothermally modified waxy maize starch alters metabolic responses to prolonged exercise in trained cyclists. Nutrition. 2011 Jun;27(6):659-65. doi: 10.1016/j.nut.2010.07.008. Epub 2010 Oct 15.