segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Dia 14/11: Dia Mundial do Diabetes

Dia 14/11 foi o Dia Mundial do Diabetes. 

A atividade física é uma ferramenta importantíssima no manejo da doença, tanto no Tipo I (insulino-dependente) quanto no Tipo II (não insulino-dependente). O diabetes reduz a expectativa de vida entre 5-10 anos e aumenta o risco de doença coronariana em 2-4 vezes. 



O exercício físico atua diretamente na resistência à insulina, no controle da glicemia e em doenças relacionadas (como hipertensão arterial). 

Por exemplo, nessa revisão sistemática de 2013 (Yang e cols) demonstrou que tanto o treino resistido (musculação) como o treino aeróbico ajudaram a controlar a glicemia. 

Diabéticos apresentam disfunção do controle autonômico cardíaco (controle de estímulos simpático e parassimpático).

Um estudo mais recente, de Bellavere e cols (2018), demonstrou que o controle autonômico melhora tanto com o treino aeróbico quanto com o resistido. E parece que o treino aeróbico possui maior influência na função dos barorreceptores (sensores de pressão, localizados nas paredes do seio carotídeo e do arco aórtico).

Na revisão de Karstoft e Pedersen (2016), o exercício parece uma ferramenta anti-inflamatória natural e potente contra a desregulação metabólica e inflamação crônica presente em diabéticos.

Ha evidências sugerindo que interleucina (IL)-1β está envolvida com lesões nas células β pancreáticas, enquanto o fator de necrose tumoral alfa (TNF)-α parece ser a molécula chave na resistência à insulina. Estudos em humanos sugerem que elevações moderadas na interleucina (IL)-6, provocadas pelo exercício, exerce efeitos anti-inflamatórios como um inibidor da TNF-α e estimulando a IL-1ra (receptor antagonista da IL-1), limitando a sinalização da IL-1β. Adicionalmente, a IL-6 impacta diretamente o metabolismo da glicose e dos lipídios.

Portanto, o indivíduo ser diabético é mais um motivo para realização de atividades físicas, não sedentarismo. 


Referências

F Bellavere, V Cacciatori, E Bacchi, M L Gemma, D Raimondo, C Negri, K Thomaseth, M Muggeo, E Bonora, P Moghetti. Effects of aerobic or resistance exercise training on cardiovascular autonomic function of subjects with type 2 diabetes: a pilot study Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases (2018), doi: 10.1016/j.numecd.2017.12.008.


Kristian Karstoft, Bente Klarlund Pedersen. Exercise and type 2 diabetes: focus on metabolism and inflammation. Immunol Cell Biol . 2016 Feb;94(2):146-50. doi: 10.1038/icb.2015.101.


Zuyao Yang, Catherine A Scott, Chen Mao, Jinling Tang, Andrew J Farmer. Resistance exercise versus aerobic exercise for type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis Sports Med . 2014 Apr;44(4):487-99. doi: 10.1007/s40279-013-0128-8. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Smart watches são precisos?

 


Nas redes sociais, vemos muitas pessoas postando orgulhosas o gasto calórico contabilizado pelos “smart watches”. Mas será que essas medidas são comparáveis ao “padrão ouro”? O “valor atribuído” ao produto é sedutor. Vamos ver o que um dos estudos tem a dizer?

Esse trabalho analisou vários produtos: Apple Watch Series 2, Fitbit Blaze, Fitbit Charge 2, Polar H7, Polar A360, Garmin Vivosmart HR, TomTom Touch e Bose SoundSport Pulse (BSP). O interessante foi que analisaram em duas situações: ciclismo e treino resistido (musculação).

Nesse momento, vou focar os resultados no Polar H7 (PH7) e no Apple Watch Series 2 (AWS2).

Com relação à Frequência cardíaca, ambos possuem uma boa precisão. Somente em frequências muito altas que há subestimam um pouco.


O problema está no gasto energético. Em exercícios contínuos, como o ciclismo, alguns monitores mais subestimam do que superestimam. Mas o Polar parece mais superestimar e o Apple Watch se mostrou o que mais superestima. 

No treino resistido, todos predominantemente superestimaram, sendo que o Apple foi o que mais superestimou. 

O problema não está no aparelho. Ele mede a frequência cardíaca até de forma precisa, mas a partir dela utiliza uma regressão para estimar o gasto calórico. Em repouso até funciona, mas durante o exercício os erros são gritantes. 

Então, lamento dizer, mas seu treino de 30 minutos de musculação não consumiu mais de 1000 calorias. 🤷🏻‍♂️

🏃🏻‍♂️🏃🏾‍♂️🏃‍♂️

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020