sábado, 30 de novembro de 2013

O mito do leite

Osteoporose é uma doença que se caracteriza pela fragilidade dos ossos e acomete sobretudo mulheres acima de 60 anos. Acredita-se que a perda de massa óssea inicia-se a partir dos 40 anos e que cerca de 1/3 das mulheres entre 60-70 anos apresentam o quadro de osteoporose e 2/3 das mulheres acima de 80 anos, segundo dados da OMS.


Com isso, o risco de fraturas é maior e, simultaneamente com a perda óssea, pode-se tornar um ciclo, conduzindo o indivíduo a incapacidade de realizar atividades diárias. No mundo, aproximadamente 1,7 milhão de fraturas ao ano podem ser atribuídas à osteoporose. E, segundo dados da International Osteporosis Fundation (IOF) de 2012, as fraturas ocasionadas por osteoporose tendem a crescer 32% apenas no Brasil (os dados atuais são de aproximadamente 132 mil fraturas do tipo por ano).
Para conter o avanço da perda de densidade mineral óssea recomenda-se atividade física, exposição ao sol e intervenções na dieta, como suplementação de vitaminas, minerais e o consumo cálcio, principalmente do leite e laticínios. Com relação ao consumo de leite e laticínios, um grupo de pesquisadores na Universidade de Harvard estão colocando essa conduta em questão.
Países com baixo consumo de leite, como China, Japão, Vietnan, Tailândia, entre outros possuem baixo consumo de leite e apresentam baixa incidência de osteoporose. Entretanto, países como Estados Unidos apresentam um consumo bem mais elevado de leite, assim como uma incidência de osteoporose bem maior.
Não seria o tema principal desse post (falarei mais tarde sobre isso), mas o consumo de leite é associado a algumas doenças alergênicas e inflamatórias, como asma, alguns tipos de câncer, infartos e também diabetes. A própria proteína do leite de vaca, a caseína, aumenta os níveis de marcadores inflamatórios no sangue. Aí você pode pensar, por quê recomenda-se o leite materno ao recém-nascido? A proteína do leite materno é composta mais de 80% pela proteína do soro do leite. Além disso, o excesso de vitamina A (retinol) encontrada em laticínios pode provocar fragilidade dos ossos.
Embora o leite de vaca possua uma boa quantidade de cálcio, uma pequena parte é absorvida pelo organismo. O cálcio presente no brócolis e na couve, embora em quantidade menor, é melhor absorvido pelo organismo humano. Além de possuírem vitamina K, outro nutriente importante para a saúde óssea. E não adianta a ingestão de grandes quantidades de cálcio no tratamento da osteoporose. Diversos estudos mostram que o aumento concomitante da ingestão de vitamina D com a ingestão de cálcio melhoram sua fixação nos ossos (aumento da atividade osteoblástica) que o aumento da ingestão de cálcio sozinha.
Então, embora uma indústria milionária coloque no imaginário popular vários mitos sobre o leite, alguns profissionais da saúde colocam em cheque essa conduta. Além de outros problemas associados ao consumo do leite de vaca (que irei abordar), nem sempre saúde óssea pode ser associada a alto consumo de laticínios. Afinal, a indústria quer saber de lucro, não de sua saúde.


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