Quando vi a capa da revista Veja, a “Revolução dos Músculos”
em que falava sobre o treinamento de Alta Intensidade, como admirador do método
de treinamento, fiquei curioso. Porém, quando li a reportagem, fiquei decepcionado por
vários motivos.
Primeiro por eles não terem citado Arthur Jones como um dos
encorajadores do treinamento de alta intensidade e curta duração nos anos
1960-1970. Enquanto os culturistas famosos ficavam horas nos ginásios, Arthur
Jones, após financiar pesquisas por 30 anos, publicou os princípios do
treinamento Nautilus nos anos 70 (desenvolvendo então o método de treinamento
HIT – High Intensity Training). Ele foi um dos primeiros a utilizar os termos
“treinamento até o fracasso” e “habilidade de recuperação”. No início dos anos
70, treinou Casey Viator, que ganhou o Mister America com apenas 19 anos nas categorias pesada e overall. Também sendo treinado por Arthur Jones foi que Mike
Mentzer ganhou o Mister Universo em 1978, único até então com escore perfeito em todos os quesitos.
Enfim, outros pontos merecem ser ponderados na reportagem.
Por exemplo, sobre os treinamentos de 7 minutos. Concordo que seria melhor do que
ser sedentário. Mas no sentido estética corporal, ainda não são os melhores. Assim
como a nova febre do fitness, o treinamento funcional. Como eu sempre digo,
treinamento funcional melhora a capacidade FUNCIONAL, estética já é outro
assunto. Claro que o treinamento funcional pode ser um excelente aliado no
treinamento, mas não concordo como ele tem sido vendido por muitos como
responsável por modificações estéticas milagrosas ou por ter um número bem
menor de lesões comparado a um treinamento de força bem conduzido.
Voltando ao treinamento de intensidade publicado pela
revista Veja, mais ressalvas. O indivíduo que nunca treinou em alta intensidade ou nunca praticou atividade física, além de não possuir estruturas muscular,
articular e proprioceptivas necessárias para esse tipo de treinamento,
normalmente não consegue chegar em 100% de intensidade. Simplesmente porque
não está metabolicamente acostumado a isso, ainda não consegue trabalhar com
elevados níveis de lactato sanguíneo. Adaptando-se ao treinamento, se vai tolerando intensidades cada vez maiores.
Outro ponto a destacar é o uso dos Kettlebells. É um
excelente aliado para desevolvimento de força, potência, resistência e
equilíbrio. Sua existência data desde o
século XVI na Europa, mas sua utilização para desenvolvimento de aptidões
físicas foi destacada na Rússia czarina. Porém, na reportagem da Veja, a
impressão que se tem é que qualquer um pode se exercitar com kettlebells e sem
orientação. Existe um curso para que a pessoa formada em Educação Física possa
ministrar aulas com kettlebells e, vale lembrar, nem todos possuem estrutura
articular que suporte uma sessão de treinamento dessas. Não existe exercício
bem orientado ruim, mas sim pessoas que não podem realizar alguns exercícios,
pelo menos sem um preparo prévio para isso.
Acho interessante que os meios de comunicação colocam a
prática de atividades físicas na mídia, estimulando a população a tal. Porém,
em muitos casos, as modinhas do fitness são apresentadas de forma milagrosa,
além de poucas destacaram a orientação profissional como ponto crucial.
Lembrem-se que cada corpo tem sua individualidade e tudo que é genérico deve
ser visto com parcimônia.
Bons Treinos!!!
Visite a página no Facebook: www.facebook.com/personalrafaelaugusto
Clique em curtir e não se esqueça de clicar no botão da
setinha para baixo e clicar em “adicionar a lista de interesses”. Só assim você
terá certeza de ver as atualizações em sua linha do tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário