quarta-feira, 24 de abril de 2013

Calorias gastas após o exercício ou EPOC.


Eu iria fazer uma atualização sobre exercícios de baixa e alta intensidade sobre emagrecimento, perda de gordura. Mas, antes disso, resolvi explicar melhor aos leitores sobre um dos temas que mais geram discussão nesse assunto, que é o EPOC. Convido todos a lerem. 
Bons Treinos!

O gasto energético diário pode ser dividido em 3 componentes: TMR (taxa metabólica de repouso), efeito térmico dos alimentos e o gasto energético relacionado às atividade físicas.  A atividade física pode influenciá-lo de duas formas, tanto cronicamente (alterando a taxa metabólica de repouso), quanto de forma aguda (o gasto energético durante a realização do exercício).
Entretanto, o consumo de oxigênio após a atividade física não retorna aos níveis de repouso imediatamente, mas de forma gradual. A isso chamamos de consumo excessivo de oxigênio pós-exercício, ou ainda excess posterxercise oxygen consumption – EPOC. E o consumo de oxigênio possui uma relação direta com o gasto energético, visto que a cada litro de oxigênio consumido, geralmente 5 Kcal são geradas no organismo.
Existem vários fatores que podem influenciar o EPOC, como massa muscular envolvida no exercício, intensidade, duração, estado do treinamento, ingestão de alimento (efeito térmico da refeição), qualidade do sono da noite anterior e condições ambientais, entre outros.
Durante o exercício físico há uma demanda maior sobre os músculos e outros órgãos, fazendo com que o consumo de oxigênio aumente. E, quanto maior a intensidade do exercício, maior deverá ser esse consumo. Como dito, após o exercício, esse consumo não retorna aos níveis de repouso imediatamente. E essa recuperação pode ser dividida em dois componentes, um rápido e outro prolongado.
Embora as causas dos componentes rápido e prolongado não estejam totalmente estabelecidas, é provável que alguns fatores contribuam para tal:

Componente rápido: a ressíntese de ATP/CP, redistribuição comportamental dos íons (aumento na atividade da bomba de sódio e potássio), remoção do lactato, restauração do dano tecidual, assim como restauração do aumento da FC e do aumento da temperatura corporal;
Componente prolongado: ocorrem continuamente, porém numa exigência metabólica menor, como ciclo de Krebs com maior utilização de ácidos graxos livres; efeitos de vários hormônios, como o cortisol, insulina, ACTH, hormônios da tireóide e GH (hormônio do crescimento); ressíntese de hemoglobina e mioglobina; aumento da atividade simpática; aumento da respiração mitocondrial pelo aumento da concentração de norepinefrina; ressíntese de glicogênio, aumento da temperatura.

O tempo de duração do EPOC varia em vários estudos, podendo chegar a 24 horas. Entretanto, é consenso que a intensidade do exercício é o componente que mais afeta o EPOC (sua magnitude e duração), visto que gera um estresse metabólico maior e, então, maior gasto energético para o organismo retomar à homeostase. Exercícios prolongados (acima de 1 hora) e aeróbicos afetam mais a duração do EPOC.
Então, como isso afetará a taxa metabólica basal? O que diz a literatura recente sobre perda de gordura e metabolismo, exercícios de alta intensidade ou aeróbicos?
Esse será o próximo texto.
Aguardem

Referências

Boutcher, Stephen.High-Intensity Intermittent Exercise and Fat Loss.Journal of Obesity. Vol 2011 (2011).

Foureaux, Giselle; Kelerson Mauro de Castro Pinto; Ana Dâmaso. Efeito do consumo excessivo de oxigênio após exercício e da taxa metabólica de repouso no gasto energético. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 12, Nº 6 – Nov/Dez, 2006

Porto, Renan Marcondes; Jair Rodrigues Garcia Junior. Consumo Extra de Oxigêno após exercícios aquáticos, em cicloergômetro e de resistência.Colloquium Vitae, jul/dez 2011 3(2): 44-53. DOI: 10.5747/cv.2011.v03.n2.v052

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