Muitas pessoas que passam horas seguidas treinando na
academia muitas vezes me perguntam: “Professor, treino tanto e não vejo
resultados!”. Esse é um dilema que muitas pessoas encontram em alguma fase de
seu treinamento.
A resposta pode ser mais simples do que se imagina... Você
já parou para pensar que precisa fazer o contrário e treinar menos? Exatamente
isso, treinar menos. Veja bem que não estou me referindo à intensidade de
treino, mas outra variável, o volume ou, a grosso modo, a quantidade de dias, exercícios
e séries que você realiza.
Com a musculação, nosso corpo sofre um estímulo agressor nos
músculos. Após isso, o corpo repara as fibras musculares e também cria um
mecanismo contra um provável futuro estímulo, reconstituindo essas fibras,
porém maiores e mais fortes. Isso se chama supercompensação. No entanto, se
você não deixar seu corpo realizar esse processo de forma adequada, seja não
dando intervalo entre os treinos, descanso e alimentação adequados, não só
poderá prejudicar a supercompensação, como entrar em overtraining ou excesso de
treinamento (conduzindo talvez a uma lesão muscular ou tendínea).
Outra situação é quando se passa horas na academia
sobrecarregando o organismo de tal forma a tantos estímulos, que este não
consegue tempo, nem energia para realizar a supercompensação. Lembre-se que não
precisamos nutrir apenas músculos, mas cérebro, rins, coração, nossos órgãos
vitais. E, biologicamente, proteína muscular não é a forma de suprimento de
energia mais rentável ao organismo como, por exemplo, a gordura. Entendeu
porque a prioridade do corpo é fornecer energia aos órgãos considerados vitais?
Vou fazer uma analogia. Quando você liga uma luz, é
necessário que você ligue a tomada apenas uma vez. Não é necessário ligá-la
duas, três, quatro vezes. O estímulo que você necessita dar aos músculos é algo
parecido. Desde que você treine com intensidade e faça seus músculos entenderem
que “a terra tremeu”, ele vai se adaptar realizando a supercompensação. Mas,
repito, nesse sentido o estímulo precisa ser intenso, maior do que o corpo está
acostumado. Caso contrário, para que serviria a supercompensação?
Outro ponto que vale ressaltar para aqueles adeptos do
“quanto mais, melhor”, é uma REGRA em treinamento esportivo. Quanto maior a
intensidade, menor o volume. Compare o treino e a estrutura física de um maratonista
com um corredor de 100 metros. O volume de treino do maratonista é maior que a
de um corredor de 100 metros; entretanto, a massa muscular de um corredor de
100 é maior.
Já fiz treinos que duraram 25 minutos e saí completamente
esgotado. Por isso, se você consegue passar horas treinando é porque seu treino
não está sendo tão intenso. E, na elaboração do uma periodização, caso se
aumente em demasiado a intensidade e o volume do treino simultaneamente, o
risco de overtraining é grande.
Converse com seu preparador físico e reveja esses pontos em
seu treino. Lembre-se que intensidade
não significa apenas peso e carga. Uma técnica correta e percepção corporal na
execução dos exercícios são de extrema importância nos resultados. Tenha foco e
bons treinos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário