quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Artigo do Medicine and Science in Sports and Exercise

Efeito do Treinamento de Força no Estresse Oxidativo em Indivíduos com Mal de Parkinson

CLINICAL SCIENCES
Medicine & Science in Sports & Exercise. 40(8):1385-1389, August 2008.
BLOOMER, RICHARD J. 1; SCHILLING, BRIAN K. 1; KARLAGE, ROBYN E. 1; LEDOUX, MARK S. 2; PFEIFFER, RONALD F. 2; CALLEGARI, JONATHAN 1
Abstract:

O estresse oxidativo parece envolver a patogênese do Mal de Parkinson. Nesse contexto, o exercício pode aumentar a proteção antioxidante endógena e diminuir a produção de espécies reativas e oxigênio e nitrogênio. Diante disso, os autores pesquisaram os efeitos do exercício no estresse oxidativo em indivíduos com Mal de Parkinson.
O experimento contou com 16 pacientes com Mal de Parkinson, agrupados de maneira randomizada nos grupos de treino de força (n=8) e grupo controle (n=8), com base no estágio da doença (I e II) e no sexo. Os treinamentos foram supervisionados e realizados duas vezes por semana, durante 8 semanas e consistia em 3 séries de cada exercício (Pressão de pernas, flexão de joelhos e flexão plantar). As amostras de sangue foram extraídas dos indivíduos antes e depois da intervenção e foram analisados os marcadores de estresse oxidativo (malondialdeído – MDA – peróxido de hidrogênio – H2O2 – e capacidade antioxidante – superóxido dismutase, catalase, glutationa peroxidase e trolox).
O programa de exercícios foi bem tolerado pelos pacientes e foi associado com uma modesta tendência a diminuir o extresse oxidativo e aumentar a capacidade antioxidante. Os dois marcadores de estresse oxidativo diminuíram após o treinamento (15% para MDA e 16% para H2O2). Com essas modificações, as diferenças pós-intervenção foram aparentes entre o grupo controle e o que realizou treinamento de força (P = 0,007 para H2O2 e P = 0,06 para MDA). Os aumentos na superóxido dismutase (9%) e na glutationa peroxidase (15%) não foram estatisticamente significantes (P > 0,05).
Com isso, verifica-se uma associação entre a prática de exercícios com pesos e a redução no estresse oxidativo em indivíduos com Mal de Parkinson. Porém, ainda mais pesquisas se fazem necessárias, sobretudo protocolos de treino de força com maior volume para, quiçá, aumentar a magnitude dos resultados.

(C)2008The American College of Sports Medicine

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mais um artigo...

Efeitos ergogênicos da suplementação de creatina em esportes e reabilitação

Subcell Biochem. 2007;46:245-59
Hespel P, Derave W.
Research Center for Exercise and Health, Faculty of Kinesiology and Rehabilitation Sciences, K.U. Leuven, Leuven, Belgium.
A ingestão diária de suplementos a base de creatina monoidrato pode elevar substancialmente o conteúdo de creatina no músculo esquelético humano. A maior parte dessa elevação já é obtida a partir da primeira semana de suplementação, e essa resposta pode aumentar nas semanas conseguintes através de dois estímulos, exercício e insulina. O aumento do conteúdo de creatina aumenta a performance contrátil muscular em esportes de alta intensidade. Outros efeitos crônicos da suplementação de creatina são esperados quando se combina várias semanas de treinamento. Hipertrofia muscular e uma recuperação mais rápida de atrofias têm sido demonstrados em humanos que praticam treinamento de força (musculação). O mecanismo por trás desse efeito anabólico pode estar relacionado à proliferação de células satélites, fatores de transcrições miogênicas e sinas de IGF-1. Outro efeito da suplementação, quando combinada com o treinamento, é a maior concentração de glicogênio muscular e maior expressão de transportador de glicose muscular (Glut-4), o que seria importante para portadores de diabetes tipo 2. Assim, a suplementação de creatina pode ser benéfica em esportes de competição e em treinamentos onde há depleção de glicogênio muscular, assim como uma medida terapêutica no tratamento de casos onde há resistência à insulina.

Artigo no Medicine and Science in Sports and Exercise

Mudanças favoráveis e prolongadas no Perfil Lipídico após estresse no tecido muscular

Medicine & Science in Sports & Exercise. 40(8):1483-1489, August 2008.
Nikolaidis et al.

Doze mulheres foram submetidas a sessões de exercícios isométricos, consistindo num total de 75 flexões excêntricas de joelhos, o que foi repetido após 3 semanas. Triglicerídeos (TG), colesterol total (CT) e o HDL (colesterol “bom”), LDL (colesterol “ruim”) e também a taxa CT/HDL foram medidos 1, 2, 3, 4 e 7 dias após a sessão.
As mudanças nos TG e lipoproteínas (HDL e LDL) permaneceram até 3 dias após o exercício, retornando aos valores pré-teste após esse período. As magnitudes dessas mudanças no dia 3, em relação aos valores pré-teste, foram, na 1ª e 2ª sessão, respectivamente:
- TG abaixou 18 e 8%
- CT abaixou 14 e 10%
- HDL aumentou 8 e 7%
- LDL abaixou 20 e 15%
- CT/HDL abaixou 20 e 15%.
Esses dados revelam que o perfil lipídico é favoravelmente afetado por exercícios onde há um estresse muscular, porém essas mudanças são menores após a primeira sessão, visto que os efeitos da primeira sessão foram mais evidentes.